
Alex Chilton
O cantor e guitarrista Alex Chilton, que liderou as paradas de sucessos na década de 60 e mais tarde tornou-se um ídolo cult com a banda Big Star, morreu nesta quarta-feira (17) aos 59 anos nos Estados Unidos.
Chilton faleceu em um hospital de Nova Orleans por problemas de coração, segundo o amigo do músico John Fry. De acordo com ele, a mulher do músico, Laura, está chocada com a morte inesperada do marido.
"Alex era uma pessoa incrivelmente talentosa. Se interessava por uma ampla gama de gêneros musicais", disse Fry.
Ainda adolescente, com a banda Box Tops, Chilton liderou as paradas com a música "The Letter", em 1967. Seus outros sucessos foram "Soul Deep" e "Cry Like a Baby". Chilton cresceu em Memphis, Tennessee, e formou a banda com amigos da escola.
Já com o grupo Big Star, tornou-se um ídolo cult para outros músicos de rock. Três álbuns da banda estão na lista dos 500 melhores da revista “Rolling Stone”.
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Yeah, yeah! Alex Chilton. Ele e sua banda, o Big Star, plantaram no fim da década de setenta, o que hoje costumam chamar de powerpop, ou seja, melodias pop recheadas de guitarras toscas e distorcidas. A existência de bandas como Teenage Fanclub e Weezer, por exemplo, é culpa de Alex Chilton. Rock retrô, como não se faz mais. Certo? Certo. Tudo bem, pode até ser que o futuro da música pop seja abraçar de vez a eletrônica. Mas, naqueles momentos de solidão, ou quando você e sua namorada (o) resolverem escolher aquela música marcante, pode apostar que não será nenhuma massaroca drum'n'bass. E de música para alma, Chilton entende bem. Tanto que para seu novo disco, "Set", o velhinho foi lá nas raízes da soul music e desenterrou aquelas musiquinhas que costumam tocar nosso coração sem dó nem piedade. É brega, piegas, mas não somos cool e nem estamos numa rave o tempo todo. "Never Found A Girl" abre e dá a tônica do disco. A guitarra swingada, a bateria compassada e a voz de Chilton, já curtida pelo álcool, iniciam a festa. A impressão que se tem é de que Alex entrou de penetra naquelas joints negras, se juntou à banda e exorcizou seus fantasmas e amores não correspondidos. Lá pelo meio do disco, "Single Again" é o lamento rocker: rápido, rasgado, deixa pra lá, vamos voltar às ruas, afinal, eu sou um homem solitário. E dá-lhe solos cortantes. Acompanhado de Richard Dworkin na bateria e Ron Easley no baixo, Chilton envelhece com classe, mas seu disco saudosista, com tons de country, funk e, claro, soul, é apenas para puristas e/ou para aqueles que não querem olhar pela janela enquanto o ônibus da modernidade passa. Ou para quem ainda ama à moda antiga e, vez por outra, vai a um bar meia-luz afogar as mágoas ao som do velho rock'n'roll. E, acreditem, é bem melhor do que ecstasy.
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