domingo, 21 de março de 2010

Elis Regina: a maior intérprete da música brasileira


A maior
intérprete da música
brasileira
A gravadora Trama reeditou o clássico "Falso Brilhante" de Elis Regi­na, que é possível ouvir até as lindas canções e o compasso das músicas, den­tro do estúdio. No cd mos­tram como a música brasilei­ra ainda não superou a morte de uma de suas principais divas. São mais de 25 anos desde que a intérprete gaúcha não resistiu a uma overdose de cocaína e álcool.
Para ter uma ideia do quan­to era adorada nacionalmen­te, quando a revista Veja pu­blicou a notícia de sua morte, junto com o laudo médico, prontificou-se a listar vários nomes importantes que usa­vam cocaína de maneira "be­néfica". Até um papa da igre­ja católica entrou na relação. E era a Veja, a revista quase oficial da política de direita, diminuindo a gravidade de um documento assinado pelo médico Harry Shibata, o mes­mo que fez o laudo do jorna­lista Wladmir Herzog, disfar­çando seu assassinato por morte natural.
Ironicamente, os excessos de Elis, não apenas nas drogas, mas também na música - ela quis, certa vez, proibir as guitar­ras na música brasileira - aca­baram influenciando pós-carreira. Os jornais dedicaram mais páginas à tragédia de sua morte que, por exemplo, ao de qualquer presidente ou entida­de religiosa no Brasil e no mundo. Mesmo com a carreira interrompida, ela continua sendo um dos nomes da MPB com mais lançamentos de dis­cos nas lojas. Apenas para este mês, estão programados mais cinco discos e três DVDs.
Não é apenas nos relança­mentos (e nos excessos) que a presença de Elis Regina per­manece na música Brasileira. Os três filhos que ela deixou também entraram na música e, pelo menos dois deles, são per­sonagens fundamentais hoje. O mais velho, João Marcelo Bôscoli - que tinha 11 anos na ocasião da morte da cantora -é um dos presidentes da grava-
dora Trama. A mais nova, Maria Rita, é uma das principais can­toras do país na atualidade, constantemente associada à mãe. Ela, junto com Pedro Mariano, são filhos de César Camargo Mariano. João Marce­lo, de Ronaldo Bôscoli.
Quase todos os namorados de Elis eram cantores. Entre as exceções estava seu último companheiro, o advogado Sa­muel MacDowell. Foi ele quem levou a cantora de táxi, às l Ih40 de uma terça-feira, para o Hospital das Clínicas, no Rio de Janeiro. O motorista, o por­tuguês Manuel Gouvêa, na época com 46 anos, não fazia ideia de quem estava levando. "Só soube que era ela depois, quando ouvi no rádio que ela tinha morrido", contou na época, em entrevista.
Apesar de ter morrido de overdose, Elis Regina não era usuária de drogas ilícitas. Ela teve o primeiro contato com a cocaína meses antes de mor­rer. Foi nos Estados Unidos, em 1981, quando foi acertar a gra­vação de um disco com o sa­xofonista Wayne Shorter. Mesmo assim, a intérprete - que lançou muitos dos composito­res mais famosos, hoje, na MPB, como o próprio ministro da Cultura, Gilberto Gil - já era dada aos excessos na bebida. Raros - se não exclusivamente ela - conseguiram encerrar a carreira desta forma e conti­nuar com uma ótima imagem para todos os públicos.
Trecho do show Falso Brilhante de 1976, exibido no Especial Elis da Bandeirantes.

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