Pelo meio, Beck fez o que se lhe pedia, recordou velhos êxitos, testou algumas canções do novo disco "Modern Guilt" (incluindo a que dá nome ao trabalho recém-estreado), mas este não é o seu tipo de palco.
Os veteranos "Duran Duran"
Depois do Lokomotive Station e dos Mesa abrirem as hostes, estes últimos com o convidado Rui Reininho que espevitou a banda nos temas "Choque Frontal", "B.I. Polar" e "Luz Vaga", as largas centenas de entusiastas dos Duran Duran não viram as suas expectativas defraudadas: a banda de Simon Le Bon mantém a aura pop intocável, com o psicadelismo a espreitar aqui e ali, os sintetizadores a darem o tom kitsch necessário e, depois, a saudade fez o resto.
Num espetáculo de peso, privilegiaram e bem o registo best of e deram nova dinâmica a clássicos como "Ordinary World", "Girls on Film" ou "Wild Boys". A batida de "Notorious" surgiu revigorada, mas lá mais para frente. Antes, Simon Le Bon começou com o tema do álbum "Astronaut', "Sunrise', e puxou pela plateia com um efusivo "Are you hungry?", dando a perceber que tema se adivinhava- "Hungry Like the Wolf'.
Sem ceder na energia, com a voz devidamente colocada, o artista foi o rosto de um grupo que se tem mantido à tona à custa de um bom sentido de espetáculo, devidamente comprovado no Parque Tejo. "Encore"? Tinha de ser em beleza, com "Rio" e uma plateia rendida.
Um Beck de sempre
As expectativas eram altas e avançar depois dos Duran Duran foi ingrato para Beck, músico de méritos reconhecidos, talento heterogéneo, mas alma para salas intimistas. Ainda assim, foi em alta voltagem que o artista começou (e bem) a atuação, ao som de "Devils" e do muito entoado "Loser".
O fôlego foi-se assim que começaram as canções do novo álbum "Modern Guilt". O público no Palco Tejo, que há pouco estava todo de olhos postos na figura de Simon Le Bon, voltou a dispersar-se e a expor o embaraço de demasiados espaços vazios. E Beck, que já deu um par de concertos memoráveis em Portugal, não os conseguiu agarrar.
No meio houve um regresso ao acalorado tema de "Mutations', "Tropicalia", e uma inesperada versão de "Everybodys Got to Learn Sometime', dos Korgis. No final, o melhor fez-se à custa de temas "à prova de bala': «Where Its At' e "Epro".
Mika: o homem-espetáculo
Nestas coisas dos festivais, diz-se que o melhor fica para o fim. Pois bem, em matéria de "horário nobre", o "SuperBock Super Rock" (que encerrou já a altas horas com a música de dança de Digitalism e Tiësto) cumpriu a regra e mostrou um dos concertos do ano, o do "furacão Mika".
Num palco transformado em circo, houve palhaços, confetis, balões, rebuçados. Mika é um extraordinário artista, uma voz única que não falha por um momento, uma contagiante força que fez jus ao seu álbum de estreia, "Life in a Cartoon Motion", e que parece que se quis vingar da ausência do ano passado, onde esteve no cartaz do Sudoeste sem aparecer por motivos de saúde.
Para lembrar que o seu trabalho vai fundo no lado festivo da música, começou com "Relax (Take it Easy)", deu nas vistas com "Big Girl (You Are Beautiful)', e até nas canções mais calmas, como "Happy Ending", não se livrou da energia.
Homenagem brilhante da noite? Ao tema "Just Cant Get Enough" Depeche Mode, que encaixa como uma luva no jogo de falsetes de Mika. Pelo meio, três falhas de som de curta duração embaraçaram mais a organização do que o cantor.We are golden : Mika
A festa acabou como começou, com "Relax (Take It Easy)", embora calma seja uma palavra fora do dicionário do cantor. Ainda bem, o público do «Super Bock Super Rock» saiu a ganhar com isso.
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