sexta-feira, 4 de junho de 2010

O Golpista do Ano (I Love You, Phillip Morris)

Finalmente entra em cartaz no Brasil a comédia dramática O Golpista do Ano (2009), depois de ter sido exibido na Mostra de São Paulo em outubro passado, com a presença dos diretores Glenn Ficarra e John Requa. O filme baseado na história real de um trapaceiro gay, protagonizado por Jim Carrey e com Rodrigo Santoro no elenco, só deve estrear nos EUA no final de julho.

Os produtores vêm adiando a estreia temendo a reação do público diante da incrível vida do personagem Steven Russell, lenda do sistema carcerário norte-americano por ter escapado nada menos do que quatro vezes da prisão onde cumpria pena por estelionato entre 1993 e 1998.
Chamado em inglês de I
Love You, Phillip Morris, o primeiro longa de Ficarra e Requa começa em tom de farsa: vivendo um casamento pacato ao lado da mulher (Leslie Mann), o policial texano Russell (Carrey) resolve jogar tudo para o alto depois de um acidente de carro. Ele larga o emprego, a mulher e os filhos, assume sua homossexualidade e começa vida nova. Logo o protagonista descobre que sua reinvenção vai custar caro – e, para sustentar seus luxos e de seu namorado (interpretado por Rodrigo Santoro), Russell começa a aplicar golpes e falsificar cartões de crédito e documentos. O trapaceiro acaba sendo desmascarado e preso; na cadeia, ele se apaixona perdidamente por um presidiário, o Phillip Morris do título original (Ewan McGregor). Além de proteger o amante atrás das grades, Russell foge várias vezes do xilindró a fim de fazer o pé de meia do casal – armando golpes e fraudes fantásticas, como fingir ser advogado e consultor financeiro de uma grande empresa.
Jim Carrey não repete a ótima atuação dramática de Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (2004), felizmente sem muitas caretas em O Golpista do Ano como em O Mentiroso (1997) e Sim, Senhor (2008). McGregor e mesmo Santoro, cujo papel é secundário na trama, também estão convincentes. O problema de O Golpista do Ano é que o filme fica muito aquém da riqueza de possibilidades de seu fabuloso protagonista. Os diretores não vão além do convencional, contentando-se em reduzir a história a uma comédia romântica pouco inspirada, que perde a chance de ser uma crítica à sociedade americana irônica como Queime Depois de Ler (2008), patética como O Desinformante (2009) ou divertida como Prenda-me se For Capaz (2002). A falta de ousadia reflete-se também nas chochas cenas de amor gay, tão pudicas que chegam a atrapalhar a credibilidade do romance entre os personagens de Carrey e McGregor.
do Click Net
Veja trecho do filme:

E o trailer oficial:

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