quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Festival de Artes de Areia

A cidade de Areia entra mais vez no roteiro cultural paraibano com a realização do XI Festival de Artes. A abertura oficial está marcada para esta quarta (05), às 14h, no auditório do Colégio Santa Rita, com a palestra 'Onde o maravilhoso começa', da escritora Marina Colasanti. A apresentação conta do Professor, doutor em Literatura Brasileira, poeta, crítico literário e ensaísta, Hildeberto Barbosa Filho. A entrada é franca. 'Marina, além de ficcionista fértil, é uma ensaista das mais inquietas, focando a experiência da mulher brasileira no cotidiano numa linguagem de vívido poder de comunicação.
Contos literários - Colasanti, trabalha com o inconsciente coletivo, conceito do psicanalista suíço Gustav Jung para explicar por que pessoas de diferentes repertórios consideram familiares determinadas narrativas. A escritora, em seus textos, mostra claramente que bebe nas fontes das grandes narrativas orais que passaram de geração em geração. Tanto que para essa palestra ela pretende abordar 'a origem, a função, a beleza do nosso repertório milenar de contos, aqueles que equivocadamente chamamos contos de fadas, e mais equivocadamente ainda consideramos infantis, mas que estão na origem da literatura ocidental, e sobre os quais se debruçam Freud e Jung', garante a escritora. A presença de Marina Colasanti, nesse Festival de Artes de Areia, é fundamental porque se trata de uma escritora de grnade experiência (nas artes, na literatura e na imprensa), com uma obra destinada a diversos públicos leitores, em especial o público infanto-juvenil; ela se dispôs a falar, em sua palestra de abertura do respectivo Festival, acerca do maravilhoso, tema que diz respeito, sobretudo aos que trabalham com a literatura nas escolas do ensino fundamental; terceiro porque sua presença e seu carisma de mulher militante, sem radicalismos ideológicos, podem fazer ecoar, naqueles que irão ouvi-la, apelos de cidadania e criatividade.'
O Festival se estende até domingo, dia 09, época em que a cidade mesmo com o início do verão, é possível usufruir noites de clima ameno, próprio para degustar uma cachaça, um bom vinho, saborear o saber. Este ano o projeto evento conta com o patrocínio da UNESCO, BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento, Programa Monumenta, IPHAN, do Ministério da Cultura e Governo Federal. Festival dos Festivais - São vários os motivos pelos quais Areia assume, no contexto da História da Paraíba, o papel de 'terra da cultura'. Afinal, a cidade abriga o primeiro teatro do estado ( Minerva), fundado em 1859. Foi lá, no topo da serra que surgiu toda uma geração de cineastas atores, artistas plásticos, teatrólogos e intelectuais com os conhecidos Festivais de Artes de Areia que constituem um dos maiores patrimônios imateriais do Estado.
A cidade de Areia, no brejo paraibano, foi a primeira cidade do Estado da Paraíba a ser tombada como Patrimônio Cultural Nacional, em agosto de 2005. Em Areia, nasceu o histórico pintor do famoso quadro 'Ipiranga', Pedro Américo; e o escritor político José Américo. Atualmente a cultura pulsa não só na memória saudosista da geração de vanguarda.

Atualmente a cidade possui a Filarmônica em atividade desde a sua fundação em 1847; dois grupos de teatro(Gameleira e Recreio Dramático), um grupo folclórico(Moenda), entre outros. Foi em Areia o Primeiro festival de cultura realizado no estado, em plena ditadura militar em 1976. O Festival de Artes de Areia movimentou a Paraíba e outras regiões do país durante os anos de 1976 a 1982, tendo sido interrompido em virtude de algumas correntes políticas que à época do Regime Militar, somaram forças contrárias à sua continuidade, visto que Areia se transformava num palco de discussões políticas, um estandarte à liberdade e à arte. Uma nova versão aconteceu nos anos de 1998 e 1999. No ano de 2005, após um intervalo de seis anos, o Festival de Artes de Areia, um dos eventos de maior tradição nas artes paraibanas, retomou suas atividades, utilizando-se das leis de incentivo à Cultura do Ministério da Cultura.

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