segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Sai no Brasil a biografia de David Bowie

Foi lançada no início deste mês no Brasil o livro que contra a história de David Bowie, um dos nomes mais importantes e influentes da música pop mundial em todos os tempos. Com o título de Bowie - A Biografia, a obra foi escrita pelo jornalista americano Marc Spitz, colaborador de várias publicações importantes sobre cultura.
 texto desvenda as várias faces de David Bowie, conhecido pelo apelido de Camaleão, graças a suas inúmeras mudanças, tanto estéticas como musicais, tornamdo-se um um ícone cultura pop da música e do cinema.

Desde o primeiro hit, Space oddity, Bowie teve uma carreira bem-sucedida e prolífica, pautada por mudanças de estilo, experimentações musicais controversas, estética futurista e andrógina, drogas, sexo livre e altas doses de paixão pela arte.
Estudioso de dança e mímica, ele construiu uma respeitável carreira no cinema em filmes como Fome de viver, Labirinto e O homem que caiu na Terra, que se tornaram cult. Emprestou sua inconfundível voz ao Rei da Atlântica, em Bob Esponja, para agradar à filha.
Roubou a cena em um episódio da série Extras do prestigiado Rick Gervais. Inspirou o filme Velvet Goldmine. Não se envergonhou de recorrer à nova geração do rock para se reinventar, tendo estabelecido uma parceria notável com Trent Reznor, do Nine Inch Nails, e até participado do primeiro álbum da atriz Scarlet Johansson.
Baseando-se em centenas de entrevistas, Marc Spitz desenrola a complexa teia de referências, pontos de vista e fatos que cercam a vida e a carreira do “camaleão do rock”. Oferece também um panorama da cena musical e aborda o nascimento de gêneros musicais e fenômenos culturais que influenciaram a cultura pop, como o mod, o glam, o punk e o indie rock, em que o papel de Bowie sempre foi de protagonista.
“Spitz se concentra na complexa evolução da música de Bowie e nos brinda com um detalhado, imparcial — sem deixar de ser reverente — e ousado retrato da vida do homem de muitas faceis”. O livro terá 448 páginas e custará R$ 49,90, segundo a editora Benvirá.

Fonte: 
Leia um trecho de "Bowie - A Biografia". 
"Se Bowie fosse simplesmente declarado homossexual pelo jornalista em vez de ele mesmo afirmar "Sou gay e sempre fui, mesmo quando eu era David Jones", como fez, o artigo poderia não ter o mesmo impacto. E seu impacto, em termos relativos, foi sísmico; a história foi pega pelos tabloides muito além dos semanários musicais. 
Não é a homossexualidade, mas a bissexualidade sem reservas que torna a história tão irresistível. Watts fala sobre a esposa de Bowie e o bebê. De forma similar, se Bowie não tivesse um material tão forte atrás de si, ninguém teria se importado. "Não despreza David Bowie como músico sério só porque ele gosta de nos provocar", Watts fortuitamente declara no texto. O objetivo da entrevista parece saber que seu novo material vai torná-lo um grande astro. "Vou ser famoso e é bem assustador de certa forma", ele conta a Watts, e então, para mostrar a blindagem de seu destino, anuncia: "Sou gay e sempre fui, mesmo quando era David Jones". 
Aqueles que amavam rock'n'roll conheciam o nome David Bowie por causa da qualidade de suas novas músicas, mas aqueles que não gostavam também reconheceriam o nome David Bowie. Watts repara na "jovialidade" da declaração, mas também no seu poder. "Ele sabe que nestes tempos é permissível ser meio vulgar, chocar e ultrajar, que foi sempre o que o pop buscou fazer pela história, é um processo de demolição. E se não é um acinte, é, pelo menos, um espanto. A expressão de sua ambivalência sexual estabelece um jogo fascinante: ele é ou não? Num período de identidade sexual conflitante, ele astuciosamente explora a confusão em torno de masculino e feminino. Bowie conclui a entrevista com um esclarecimento: o vestido que ele usou na capa de "The man who sold the world" não era um vestido de mulher, mas de homem, e, mais genericamente: "Não sou ultrajante. Sou David Bowie". 
Quarenta anos à frente, com a homossexualidade ainda como um jogo político, há uma força persistente no artifício de escondê-la. A coragem de assumi-la é levemente enfraquecida quando se sabe que Mick Ronson foi também encorajado a "sair do armário" e recusou. "Nessa ele ficou um pouco solitário", Suzi diz. "David falava para ele: 'Vamos, cara'. Quando saiu a "Melody Maker", a mãe de Mick ficou perplexa. 'Seu filho é uma bicha.' Ele recebeu muita bala por isso. Até minha mãe veio com o jornal, jogou-o longe e disse: 'O que é isso?'. Mas ele era um garoto humilde, do Norte. Foi pela música que Mick ficou. David queria ser uma dessas pessoas vanguardistas, acho que ele conseguiu. Mas suas músicas eram fabulosas."
Sobre o autor:
Marc Spitz, jornalista especializado em rock e cultura pop, colabora com o New York Times e as revistas Spin, Nylon, Maxim e Uncut. Publicou livros sobre o movimento punk e a cena inglesa dos anos 80 e uma biografia sobre a banda Green Day.
Serviço
BOWIE – A Biografia
Autor: Marc Spitz
Tradução: Santiago Nazarian
BENVIRÁ / 2010 -1ª edição
448 páginas / Preço: R$ 49,90
ISBN: 978-85-02-10411-2

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