
O guitarrista Zé Filho grava o segundo DVD neste domingo (21), em comemoração aos seus 20 anos de carreira. O show instrumental acontece no Teatro do Sesi, Centro da capital, a partir das 20h. A entrada custa apenas 2 quilos de alimentos não perecíveis. A iniciativa conta com o apoio da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), da Prefeitura de João Pessoa (PMJP).
Durante a apresentação, o músico vai tocar músicas que estão nos três CDs da carreira – "Guitar Performance" (1997), "Q_OUT" (2001) e "Evolução"(2008). O repertório inclui, portanto, 11 composições, sendo quatro do primeiro álbum, três do segundo e mais quatro do terceiro.
Zé Filho sobe ao palco acompanhado por Adriano Ismael (baixo), Almir Cesar (bateria) e Igo Wendell (telcado). Os músicos tocam juntos há quase dois anos. A gravação do DVD vai contar também com a participação especial do saxofonista Costinha, um dos mais conceituados instrumentistas paraibanos.
Histórico - Ao longo da carreira, Zé Filho atuou como guitarrista em várias bandas locais. Entre elas, destaca-se o Limousine 58 (1988), Sociedade Anônima (1990), Rush Cover (1994), Orquestra Canto Novo (1996), Banda Sexto Sentido e Insight (ambas em 2001), além de Área Cinco 1 (2006). Atualmente, o artista é produtor musical da cantora paraibana Renata Arruda. O guitarrista é um dos principais incentivadores e divulgadores da música instrumental produzida no Nordeste para todo o país.
O músico Zé Filho é natural de Recife (PE), mas mora em João Pessoa há muitos anos. Começou estudando violão clássico no conservatório de música da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Em1984, passou a tocar guitarra, de forma autodidata. Há 15 anos se dedica ao trabalho solo instrumental.“Evolução” o novo CD do guitarrista Zé Filho que será relançando nesta quarta-feira (26), a partir das 20h00, no Teatro Ariano Suassuna do Colégio Marista Pio X, localizado na Rua Monsenhor Walfredo Leal, em Tambiá. Os ingressos estão sendo vendidos na bilheteria do teatro ao preço de R$ 5,00 (estudante) e R$ 10,00 (inteira). O show contará com a participação dos músicos Groove, Primatas e Beto Tavares.
“Evolução” conta com dez músicas e foi produzido entre os anos de 2005 a agosto de 2007, gravado no estúdio de Sérgio Gallo, com projeto gráfico de Fábio Cavalcanti, fotografia de Mano de Carvalho, participação especial de Edu Ardanuy, Costinha e o Quinteto Uirapuru.
É claramente perceptível neste trabalho as influências de instrumentistas do jazz, a exemplo de John Coltrane, Jimmy Smith e Wes Montgomery. Há momentos em que a guitarra de Zé Filho se inspira nos fraseados dos instrumentos de sopro, às vezes se separa deles, caminha de forma independente, volta, soma, aparece "jazzy" e depois cheia de blues. Nessa linha, confira as faixas Bluesão (faixa 4) de autoria de Washington Espínola, outro excelente guitarrista paraibano que hoje reside em Genebra, na Suíça. Além de Brincando com Blues (faixa 6) e O Recomeço (faixa 10).
Na opinião do guitarrista e produtor musical, Sydnei Carvalho, o som de Zé Filho transcende aos rótulos fáceis e, segundo ele, o guitarrista não se acomoda a posição de músico da terra. Daqui ou não Zé Filho vem a cada trabalho solo se aperfeiçoando. Para não ser ingrato a quem sempre o acolheu o músico presta homenagem a sua banda de rock Área 51, que no final de década de 1990 fez enorme sucesso junto aos jovens da sociedade paraibana.
Outra homenagem que rende é ao bar Portal das Cores, de propriedade dos produtores de cultura Roberto Zaccara e Marconi Serpa, que funcionou na praia de Intermares, em Cabedelo. O portal para quem não conheceu era um lugar privilegiado a beira mar que trazia música de qualidade. Revelou grandes nomes e trouxe artistas que hoje são consagrados no cenário musical brasileiro, a exemplo de Zélia Ducan, Chico Sciense (falecido), Cássia Ellen (falecida), Ângela Ro Ro, 14 Bis e tantos outros que esqueço agora. Infelizmente o lugar teve que fechar suas portas devido ao fatídico acidente de dois filhinhos de papai que assassinaram um jovem no local.
A sonoridade do disco lembra o estilo de outros bons guitarristas: Dave Specter e Ronnie Earl. Quando comecei a ouvir o disco, a primeira impressão que tive foi a de que o trabalho seria na linha desses dois guitarristas, mas depois constatei que ali havia alma própria.
Há também no disco um ótimo "groove", do qual ele nomeou “Groove do Zé" (faixa 5). A música é cheia de malandragem e com espaços para os músicos da banda dar suas canjas. Bom mesmo é escutar essa música no show. Ali ele se diverte como se fosse um menino que está aprendendo a tocar.Na seqüência desta “Evolução” aparece a faixa título do disco, uma boa música de ser ouvida. Nela o guitarrista é acompanhado do quinteto de cordas Uirapuru. Uma excelente música para ser escutada tomando uns goles de vinho ou Mescal (tequila texana vendida com um mandruvá curtido no fundo da garrafa) ou até mesmo de uma coca-cola, nesse caso para os abstêmios.
Os timbres da guitarra de Zé Filho estão agradáveis, estudados e demonstram bem o vigor do som de suas guitarras novas e antigas que ele as apresenta como se fossem suas filhas. As gravações de Evolução revelam amadurecimento artístico do guitarrista, apreço pelos detalhes, principalmente estéticos do show.
Enfim, Evolução é mais uma mostra dos bons guitarristas que a Paraíba possui e credencia Zé Filho como um grande instrumentista que pode lançar o seu trabalho mundo afora.Ingressos – Os convites para o show de Zé Filho estão sendo distribuídos gratuitamente nas lojas de instrumentos musicais de João Pessoa – O Tamborim de Ouro, Toc Mix, Qualysom e Studio Musical (lojas do Centro e da praia). Outra opção é obter a entrada na bilheteria do próprio teatro. As pessoas também deverão levar no dia da apresentação 2 quilos de alimentos não perecíveis.
Do Portal da PMJP
Domingo, 14 de Novembro de 2010 -
Segundo dia do Festival Mundo celebra música paraibana

A Dalva Suada é mais uma das novatas dos palcos paraibanos que se apresentará no Mundo, trazendo um som com base em guitarras expressivas - o “rock and roll pretinho básico”. Madura para a pouca idade, traz músicos experientes que já são conhecidos por outros projetos, como Daniel Jesi (baixista, integrante também do Burro Morto).
Anjo Gabriel será a segunda banda, trazendo ao palco do festival uma música instrumental psicodélica. Mas não pense em calmarias, a guitarra e a bateria nervosas da banda se complementam com os sons do baixo, teclado e theremin.
Há um ano trabalhando no projeto de um CD, a Elmo finalmente irá lançar seu disco com 14 composições próprias. Fazendo um hardcore competente e já conhecido pelo público local, a banda teve o disco gravado no Estúdio Mutuca, no Varadouro, e mixado no Sergipe. Nele, constam músicas como “Prisão”, “Diferentes Defeitos” e “O Dono da Razão” – já conhecidas pelo público que freqüenta os shows da banda. O disco leva o mesmo nome da banda e a capa foi feita pelo designer Rodrigo Bonfim.
A quarta banda do dia será a paraibana Sem Horas, que já passou pelo palco do Festival Mundo em outras edições. Fazendo um rock and roll autoral clássico, com toques de blues e rockabilly, eles são figurinhas carimbadas nos palcos de João Pessoa em shows eletrizantes e dançantes.
Quinta atração da noite, os Reis da Cocada Preta estarão apresentando o repertório do seu novo disco, “Esse É Meu País”. Na estrada desde 2006, o indie rock dessa banda traz letras que falam de questões sociais e problemas existenciais – estilo que vem se definindo melhor a cada apresentação.
Ora samba, ora rock and roll. O Seu Pereira & Coletivo 401 faz da noite um bailinho com suas músicas autorais com seu som tipicamente brasileiro e contemporâneo. O time é experiente, traz alguns dos músicos de maior destaque na cena independente atual, como o compositor Jonathas Falcão (o próprio Seu Pereira), o baixista Thiago Sombra, o guitarrista Esmeraldo (Chico Corrêa) e ainda o baterista Victor Ramalho.
Côco, rabeca, toré, baião – um turbilhão de referências e sons é o show do Beto Brito, que será a sétima atração da noite. Ele complementa o bailinho iniciado pelo Seu Pereira, trazendo uma música cheia de toques nordestinos que são verdadeiramente atemporais.
Logo após o duo pernambucano Julia Says sobe ao palco, trazendo uma música eletrônica e orgânica. O Julia Says já teve outras passagens pelos palcos do Coletivo Mundo e promete fazer um show que passeia por diversas vertentes musicais.
O ska do Móveis Coloniais de Acaju encerrará com chave de ouro o segundo dia do festival. A mistura de música brasileira com música do leste europeu leva o público a um show dançante, carregando de metais que casam perfeitamente com as letras leves e animadas entoadas por André Gonzáles. Essa será a segunda apresentação do “Móveis...” aqui no estado, sendo bastante esperado pelos inúmeros fãs da banda que fizeram um verdadeiro movimento em redes sociais pedindo o show dessa “quase” big band.
O evento é filiado à ABRAFIN (Associação Brasileira de Festivais Independentes), está integrado ao Circuito Fora do Eixo e será realizado na Usina Cultural Energisa, com apoio do SEBRAE, FUNJOPE, SEDES, Handfull Informática, GrafSet e ABD-PB e Energisa. O site oficial, patrocinado e produzido pela agência SODA Virtual, é www.festivalmundo.com.br.
Da Ascom e Portal Correio
Rita Ribeiro faz show pela consciência negra em João Pessoa
A cantora maranhense Rita Ribeiro lança o álbum Tecnomacumba – A Tempo e ao Vivo, hoje, às 20h, no Ponto de Cem Réis. O evento faz parte do projeto Quarta Negra e contará com a participação do grupo pessoense Mamma Jazz, que vai mostrar mais uma vez ao público seu novo disco Nôkana Disquicy, lançado este mês. A programação está alinhada ao Dia da Consciência Negra, no próximo sábado.
Com vinte anos de carreira, Rita Ribeiro lança o primeiro DVD, que inclui quatro discos, além de coletâneas de projetos especiais. O trabalho traz intersecções entre a MPB, sons eletrônicos e as cantigas, pontos e rezas das religiões afro-brasileiras, com sabor de tradição oral. Com o sucesso alcançado em Tecnomacumba, Rita Ribeiro ganhou este ano o prêmio de melhor cantora na categoria Canção Popular da 21º edição do Prêmio da Música Brasileira.
O repertório é um desfile de canções já conhecidas do público em interpretações de outros artistas, como “Cavaleiro de aruanda” (Tony Osanah), “Domingo 23” (Jorge Benjor), “Babá alapalá” (Gilberto Gil), “Oração do tempo de Iansã” (ambas de Caetano Veloso), “Coisa da antiga” (Wilson Moreira e Ney Lopes), “É de Oxum” (Gerônimo e Vevé Calazans), “Rainha do mar” (Dorival Caymmi), “Moça bonita” (Jair Amorim e Evaldo Gouveia), “Xangô, o vencedor” (Ruy Mauriti e José Jorge) e “Cocada” (Antônio Vieira).
Em seu novo CD, o Mamma Jazz mostra uma coletânea dos dez anos de carreira. O vocalista e guitarrista do grupo, Guilherme Semmedo, nasceu em Guiné Bissau, e reside há 20 anos na Paraíba. O trabalho é uma fusão de vários estilos, principalmente a música brasileira e africana.
Por Antônio Vicente Filho, do CORREIO