

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
SÃO PAULO (Reuters) - Conhecida por papéis cômicos, como interpretou em "A Grande Família - O Filme" (07), a atriz Andréa Beltrão encarna uma professora-heroína no filme policial "Verônica". Dirigido e co-roteirizado pelo marido da atriz, Maurício Farias, entra em circuito nacional na sexta-feira.
A história homenageia de leve uma outra heroína defensora de crianças, vivida pela atriz Gena Rowlands, em "Glória" (1980), de John Cassavetes. Um enredo que foi, aliás, refilmado numa versão de 1999 do diretor Sidney Lumet, estrelado por Sharon Stone.
Verônica (Andréa) é professora de uma escola pública carioca. Vive em dificuldades financeiras e está solitária. Não tem filhos e há pouco se separou do marido, um policial (Marco Ricca). Sua vida muda radicalmente no dia em que decide levar para sua própria casa um de seus alunos (Matheus de Sá), cujos pais não apareceram para buscá-lo.
Uma reportagem na televisão informa que os pais do garoto foram assassinados, provavelmente por traficantes. Tudo indica que se tratou de uma "queima de arquivo". Pouco depois, a professora descobre que o menino traz consigo um pen-drive que parece conter informações de alto risco. E os dois são forçados a fugir para salvar a própria pele.
Mesmo hesitando em assumir a proteção do garoto, Verônica compreende logo que é a única chance desta criança de escapar de seus algozes. Entre os quais, diga-se, nem todos são traficantes. Alguns são policiais. Com bastante razão, Verônica não confia nem no próprio ex-marido.
Fugindo de vários perseguidores, Verônica corre pelas ruas do Rio quase como a protagonista do filme alemão "Corra, Lola, Corra" (98), de Tom Tykwer. Com a desvantagem de ter que arrastar consigo o menino, que muitas vezes se mostra meio rebelde. Apesar disso, ela passa a fazer de tudo por ele, num heroísmo de gente comum cavado na urgência e na necessidade de encontrar uma finalidade maior para a própria vida. Uma vida até então monótona e que Verônica atira para o alto, aprendendo a fugir, a mentir e até a pegar em armas, quando preciso.
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"O Leitor" discute culpa e omissão após o Holocausto
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
SÃO PAULO (Reuters) - Pela sua atuação no drama "O Leitor", a atriz inglesa Kate Winslet recebeu sua sexta indicação ao Oscar e desponta como a favorita na categoria de melhor atriz, depois de já ter ganho o Globo de Ouro pelo drama, mas como atriz coadjuvante. "O Leitor" concorre ainda em outras quatro categorias: melhor filme, diretor, roteiro adaptado e fotografia.
Kate é Hanna Schmitz, uma alemã cobradora de bonde que na década de 1950 conhece e se envolve com um jovem de 15 anos, chamado Michael Berg (o ator alemão David Kross). O romance entre os dois é tórrido. O rapaz envolve-se profundamente, pois este é seu primeiro grande amor. Para ela, o caso parece não ir além do sexo.
Hanna e Michael passam muito tempo juntos, ora namorando, ora lendo. Na verdade, é ele quem lê para ela livros como "A Odisséia", "As Aventuras de Huckleberry Finn" e contos de Anton Tchekhov.
Porém, um dia ela o abandona, deixando Berlim depois de receber uma promoção no seu trabalho. O rapaz cresce atormentado por essa perda. Isso o traumatizou tanto que, décadas depois, ele não consegue estabelecer vínculos com as pessoas.
Michael só irá reencontrar Hanna anos mais tarde, quando ele, estudante de direito, assiste a um julgamento de ex-carcereiras do campo de concentração de Auschwitz. Para sua surpresa, Hanna está entre as rés.
Nesse momento, "O Leitor" levanta duas questões sobre a culpa. A primeira tem a ver com a responsabilidade dos agentes do Holocausto. A segunda, e mais interessante, transcende ao jogar para cima de Michael uma dúvida cruel: ele tem uma informação capaz de inocentar Hanna, mas, se a revelar, poderá ajudar uma possível culpada por crimes nazistas a escapar ou ter reduzida sua pena. Além de ter de expor seu relacionamento juvenil com a ré.
Essa ambiguidade poderia muito bem servir de metáfora para a omissão diante dos horrores nazistas: a busca por um bode expiatório. Michael, assim como o autor do livro no qual o filme é baseado, Bernhard Schlink, pertence à geração que passou pela adolescência na época da ascensão do nazismo. Eles podiam não entender o que acontecia -- mas seus pais, mais cedo ou mais tarde, souberam dos horrores e a maioria se omitiu.
Anos mais tarde, quando Michael -- agora vivido por Ralph Fiennes -- reencontra uma sobrevivente de Auschwitz e revela a ela o segredo de Hanna -- o analfabetismo -- a mulher (Lena Olin) pergunta se isso é uma explicação ou uma desculpa. Não há resposta da parte dele -- o que não é uma surpresa, pois a questão é mesmo da maior complexidade.
O diretor inglês repete a parceira de "As Horas" com o roteirista David Hare, conseguindo melhores resultados na primeira parte -- o tórrido romance entre Hanna e Michael -- do que nos dois atos finais, o julgamento e a tentativa de Michael de reparar seu erro.
Kate Winslet mostra o talento e a profundidade de sempre, injetando humanidade num personagem complexo. Mas não deixa de ser frustrante sua indicação por este filme, uma vez que ela está muito melhor em "Foi Apenas um Sonho".
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
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Safra de filmes aborda Alemanha da guerra e do pós-guerra
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Por Mike Collett-White e Michael Davidson
BERLIM (Reuters) - Filmes de guerra não são novidade, mas os cinemas estão recebendo atualmente uma safra de obras que abordam a Alemanha na Segunda Guerra Mundial, o Holocausto e o pós-guerra -- e cineastas dizem haver outras produções com essa temática a caminho.
Na sexta-feira, o Festival de Berlim exibe "O Leitor", de Stephen Daldry, em que Kate Winslet interpreta uma ex-guarda de campo de concentração, e o recente "Operação Valquíria" mostrou Tom Cruise no papel do coronel Claus von Stauffenberg, que tentou assassinar Adolf Hitler em 1944.
Daniel Craig estrelou "Defiance", sobre ativistas que enfrentam os nazistas e protegem centenas de judeus, e Jeff Goldblum foi aclamado por seu papel em "Adam Resurrected", em que vive um homem que, para sobreviver, agia como cachorro de um comandante nazista.
Eles se seguem a recentes produções alemãs sobre a guerra, como "A Queda", "Os Falsificadores" e "A Vida dos Outros", ganhador do Oscar.
"The Baader Meinhof Complex", sobre um grupo de militantes de esquerda suspeitos de matarem dezenas de personalidades da Alemanha Ocidental, saiu em setembro.
"Ainda fico surpreso por como foram feitos poucos filmes sobre a experiência alemã do pós-guerra, e estou satisfeito por isso estar começando", disse o britânico Daldry, de "O Leitor".
"Este filme é muito baseado nos anos de 1958 a 1995", disse ele à Reuters em Berlim. "Estou feliz e entusiasmado com o lançamento nos cinemas de 'The Baader Meinhoff Complex', mas suspeito que haverá mais filmes sobre aquela era da Alemanha."
"Acho que haverá muito mais filmes sobre o que levou a 1989 (queda do muro de Berlim) em ambos os lados da fronteira", disse ele.
Daldry disse estar ansioso para ver como as plateias alemãs receberão "O Leitor", indicado aos Oscars de melhor filme, diretor e atriz. "Acho que será polêmico aqui (...), acho que algumas pessoas ficarão aborrecidas por ser em inglês, e não em alemão. Acho que as pessoas terão muito a dizer sobre as mudanças de certos aspectos, de nuances do livro", afirmou.
Winslet disse que ficou nervosa ao apresentar o filme na Alemanha, onde o romance homônimo de Bernhard Schlink é muito conhecido. "De alguma forma voltar aqui é sensato, esta é uma plateia com a qual queremos conversar."
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"Quem Quer Ser um Milionário?" é favorito ao Oscar britânico
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Por Kylie Maclellan
LONDRED (Reuters) - O drama "Quem Quer Ser um Milionário?", com 11 indicações ao maior prêmio de cinema da Grã-Bretanha, o Bafta, é favorito para sagrar-se o grande vencedor na cerimônia de domingo, o que pode lhe dar mais fôlego na disputa do Oscar.
O filme está empatado em indicações com "O Curioso Caso de Benjamin Button", com Brad Pitt no papel principal. Em seguida, com nove indicações, vem "Batman -- O Cavaleiro das Trevas". "A Troca", do diretor Clint Eastwood, teve oito indicações.
"Frost/Nixon" tem seis indicações; "O Leitor", cinco. "Bruges", "Milk - A Voz da Igualdade" e "Foi Apenas um Sonho" lutam pelo Bafta em quatro categorias cada um.
"Quem Quer Ser um Milionário?", filme britânico sobre um jovem que vive em uma favela de Mumbai e tenta ficar rico em um programa de TV, foi o grande vencedor do Globo de Ouro no mês passado, com quatro prêmios -- incluindo o de Melhor Drama.
Nos prêmios Bafta, "Milionário" concorre, entre outros prêmios, a melhor filme e melhor diretor (Danny Boyle, aclamado em 1996 por "Trainspotting").
Apesar do sucesso internacional, o filme enfrentou protestos na Índia, onde moradores de favelas acharam o título original ("Slumdog Millionaire") ofensivo devido à palavra "cão". Eles também não se agradaram com o retrato que o filme faz da vida dos indianos pobres.
Boyle, acusado por parte da mídia indiana de fazer um "pornô da pobreza", afirmou que tentou capturar "a luxúria pela vida" que existe em Mumbai.
Dev Patel, de 18 anos, que estrela "Milionário", também foi indicado ao prêmio de melhor ator.
A cerimônia será apresentada pelo polêmico Jonathan Ross, recentemente suspenso pela BBC por ter participado de uma série de trotes obscenos contra o ator experiente ator Andrew Sachs.
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CINEMA - Estreias da Semana (6/2)
Batman – O Cavaleiro das Trevas
Relançamento exclusivo na sala IMAX (SP)
Aventura / Ação / Drama - 12 ANOS
O Coringa (Heath Ledger) chega a Gotham City e o triunvirato formado por Batman (Christian Bale), o Tenente Gordon (Morgan Freeman) e o Promotor Público Harvey Dent (Aaron Eckhart) têm de enfrentar a ameaça do caos generalizado que ele quer implementar na cidade. Indicado a 8 Oscar.
(The Dark Knight) EUA, 2008. Direção: Christopher Nolan. Elenco: Christian Bale, Heath Ledger, Michael Caine, Gary Oldman. Duração: 152 min.
O Cavaleiro das Trevas em IMAX
Especial Batman
Dúvida
Drama - 12 ANOS
Em 1964, freira acusa padre quando suspeita que ele abusou de um aluno negro. Baseado na peça de sucesso escrita pelo diretor. Indicado a cinco Oscar, incluindo melhor atriz (Streep).
(Doubt) EUA, 2008. Direção: John Patrick Shanley. Elenco: Meryl Streep, Philip Seymour Hoffman, Amy Adams. Sinopse: Duração: 104 min.
O Leitor
Drama - 16 ANOS
Nos anos 50, dez anos depois de ter um caso com uma mulher mais velha, o jovem Michael reencontra seu antigo amor num julgamento de crimes de guerra. Indicado a cinco Oscars, incluindo filme e diretor.
(The Reader) EUA/Alemanha, 2008. Direção: Stephen Daldry. Elenco: Kate Winslet, Ralph Fiennes, David Kross. Duração: 123 min.
Noivas em Guerra
Comédia - 10 ANOS
Duas amigas se tornam rivais quando marcam seus casamentos para o mesmo dia.
(Bride Wars) EUA, 2009. Direção: Gay Winicka. Elenco: Anne Hathaway, Kate Hudson, Candice Bergen. Duração: 89 min.
Verônica
Policial - 12 ANOS
Quando os pais de um de seus alunos são assassinados pelo tráfico, a professora Verônica toma para si a responsabilidade de cuidar do menino.
(Brasil, 2009) Direção: Maurício Farias. Elenco: Andréa Beltrão, Marco Ricca, Matheus de Sá. Duração: 90 min.
Fronteira (RJ)
Drama - 14 ANOS
Num velho sobrado vive Maria Santa, jovem cuja fama de milagreira ultrapassa as montanhas do interior de Minas. A chegada de dois novos personagens terá efeitos perturbadores sobre ela: um viajante, com quem viverá uma intensa paixão, e Tia Emiliana, velha senhora empenhada em preparar um grande milagre.

(Brasil, 2008) Direção: Rafael Conde. Elenco: Alexandre Cioletti, Berta Zemel, Débora Gómez. Duração: 85 min.
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